quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Internet vira canal para Evangelização


Internet vira canal para evangelismo

Na era das redes sociais, a semente cristã ganha novos meios para ser disseminada



Um computador, um iPhone, papéis, uma imagem de Nossa Senhora e o inconfundível boi preto com a a estrela azulada na testa. Essa é a mesa de trabalho que Padre Mauro, caprichosamente, organiza na sala da casa paroquial da Igreja Nossa Senhora das Graças, no Beco do Macedo. Depois de ter conquistado mais de uma geração de fiéis com sua sabedoria e bom humor típicos, ele revela ser aficionado pelas redes sociais, que também usa como ferramenta de evangelização, e ser apaixonado pelo boi azul de Parintins.
Questionado se a paixão pelo boi de pano já lhe gerou comentários adversos, ele é rápido: “Não me preocupo com isso. Eu vejo como folclore. Um belíssimo teatro de arena... é arte pura!”, diz ele, aumentando o volume do som. “Não há nada de escandaloso”, insiste o sacerdote que, sempre que pode, vai a Parintins ver o espetáculo de perto. Nascido em Limoeiro do Norte, Ceará, o homem de fala simples e irreverente logo percebeu sua vocação sacerdotal. Mais tarde, já ordenado padre, pediu a Deus para que, quando se dirigisse ao público nos sermões de suas missas, a mensagem fosse levada de forma clara e alegre. “Eu pedi a Deus para que, quando eu fosse falar às pessoas, elas pudessem entender o Deus que eu experimento”.
No “Face”
Inteirado das novas tecnologias, Pe. Mauro, aos 49 anos de idade e 23 de batina, revela ser quase como uma ‘personalidade’ no Facebook. “Tenho cinco mil pessoas no meu Face e mais mil querendo entrar”, conta, íntimo da rede social por meio da qual faz contatos, se diverte, mas, sobretudo, propaga a mensagem de fé e amor a Cristo aos seus amigos-fiéis. “Às vezes eu estou on line, as pessoas pedem conselho, e eu dou”, afirma, advertindo que também na rede se deve filtrar o joio do trigo, para usar a parábola bíblica.
 “A base da fé tem dois mil anos: ‘amai-vos uns aos outros como a si mesmo’. Você pode ser o mais antenado, o mais ligado, o mais chique, o mais cheiroso, mas você não pode esquecer o princípio básico da fé”, declarou, cheio de graça.
You tube
O pároco da Igreja Rainha dos Apóstolos, no Dom Pedro, padre Cláudio Walmir, também não é de digitar “catando feijões”. Pra se ter uma ideia, desde 1993 que ele tem a mesma conta de e-mail, que foi migrando de servidor sem mudar o nome de usuário. Adepto das redes sociais, todo “santo domingo” ele posta uma mensagem em seu canal do Youtube e a compartilha com os amigos no Facebook.
Toda essa intimidade com telas, teclados e sistemas operacionais contribuiu para que ele utilizasse em suas missas um telão eletrônico, substituindo os velhos boletins de papel. “O fiel fica mais atento e mais livre, sem precisar ficar com nada na mão”, diz ele, que projeta, por meio de um computador e com auxílio de um técnico, as mensagens para o telão.
Apaixonado por fotografia e dono de uma simpatia quase servil, Padre Cláudio foi logo fazendo amizade com o fotógrado de A CRÍTICA e aproveitou para destilar sua filosofia “fotográfica”. “É possível conhecer a alma da pessoa apenas pela maneira como ela fotografa”, disse ele, mostrando mais uma vez que a espiritualidade e a tecnologia não caminham em direções opostas.
O iPad e o Evangelho
Para o Pe. Alcione, a Igreja luta para acompanhar o tempo, sem perder os princípios cristãos. Aos 25 anos, o amazonense Alcione Queiroz já tinha se ordenado padre. Essa juventude, visível no rosto e sentida no espírito, lhe fez naturalmente mais atento ao surgimento das novas mídias e relações sociais rearranjadas por elas. Mas foi quando ganhou um tablet de uma de suas fiéis que ele entrou de vez no universo high-tech do cristianismo moderno.
 Fã dos aplicativos de evangelização, ele revela ter ficado “encantado” com a facilidade de armazenamento de informações numa ferramenta como o iPad e seus inúmeros recursos e já quase não se desliga do aparelho. “Eu tenho quatro importantes livros bíblicos aqui nesta pequena tela”, diz ele, que observa o aumento do número de jovens nas Igrejas Católicas, talvez um reflexo da aproximação dos sacerdotes com a realidade tecnológica dos jovens fiéis. “Até os jovens mais simples tem um celular e até um smartphone”, diz ele, que ainda assim não se sente um padre a frente do seu tempo. “A gente tem que se esforçar pra acompanhar”, finaliza.

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